Por que Hackers são mais temidos por empresas que inflação e austeridade?

Por que Hackers são mais temidos por empresas que inflação e austeridade?

Para empresários brasileiros, o risco de ser alvo de um ataque hacker supera a preocupação com mudanças regulatórias ou com a inflação.

A conclusão é de uma pesquisa que mede riscos corporativos, da Allianz Global Corporate, empresa de seguros. Ela contou com respostas de 1.911 empresários e corretores em 80 países, entre outubro e novembro de 2017.

Problemas macroeconômicos, como deflação (ou inflação), programas de austeridade e aumento no preço das commodities, estavam em segundo lugar (30%) entre brasileiros no fim de 2016, mas não chegaram às dez maiores preocupações neste ano.

Apesar disso, o baixo consumo no país —que, em junho de 2017, provocou deflação de 0,23%— afeta as empresas por meio de uma preocupação com baixa demanda e concorrência externa, o que a pesquisa chama de “mudanças no mercado”.

No mundo, o maior risco identificado é a interrupção dos negócios (42%), item que também liderou a pesquisa no ano anterior. Era possível escolher até três riscos.

 

Medo de Hackers e furacões

Empresas identificam ataques cibernéticos como maior risco aos negócios no Brasil (em%)

 

“As interrupções são momentos em que a operação tem que parar e se perde espaço para a concorrência”, diz Angelo Colombo, presidente na América do Sul da Allianz Global Corporate & Specialty. “Nem todas as interrupções são cobertas por seguros. Um exemplo é quando a cadeia produtiva para devido à falta de estoque.”

Europa e Estados Unidos também estão menos preocupados com a conjuntura econômica agora do que antes, segundo a pesquisa.

 

Catástrofes

As catástrofes naturais subiram do quarto para o terceiro lugar (30%) no ranking de riscos neste ano, na esteira de desastres como os furacões Harvey, Irma e Maria, além de enchentes e incêndios.

O grupo de seguros Munique Re estima que, em 2017, o prejuízo com eventos desse tipo tenha superado US$ 330 bilhões (mais de R$ 1 trilhão).

O ano também foi marcado por ciberataques. Em maio de 2017, houve o WannaCry, ataque em massa que travou computadores e pediu um resgate dos usuários em bitcoins. Um mês depois, um vírus chamado Petya infectou dezenas de computadores.

A Cyence Analytics estima que o WannaCry tenha causado um prejuízo de até US$ 8 bilhões (R$ 25 bilhões), embora os hackers tenham arrecadado apenas US$ 180 mil (R$ 419 mil) em resgates.

Eventos como esses fizeram com que ataques cibernéticos saltassem neste ano da terceira posição (30%) para o segundo (40%) entre os principais temores. Os setores de entretenimento, mídia e serviços financeiros são os mais preocupados com ataques.

A preocupação marcou também o início de 2018, com a revelação de que falhas em chips da Intel e outras fabricantes abrem uma brecha para que hackers obtenham dados pessoais de usuários.

“Há cinco anos, esse item [ataques cibernéticos] nem sequer aparecia entre os mais votados no mundo. A percepção do risco de ter seu computador invadido evoluiu muito”, afirma Colombo.

“Os países mais desenvolvidos se preocupam mais com o risco reputacional da marca, e os mais pobres seguem preocupados com prejuízos mais concretos, como roubo, corrupção, terrorismo e guerra.”

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Fonte: m.folha.uol.com.br