O ano de 2018 foi marcado por uma série de acontecimento no cenário digital que terão consequências para as empresas nos próximos anos. Muitos deles relacionados a temas como segurança, privacidade, proteção de dados e disrupção de negócios estabelecidos a partir de tecnologias como Data Analytics, Inteligência Artificial, Blockchain , etc.

Preparamos uma retrospectiva com algumas das manchetes mais importantes do ano.

JANEIRO
Privacidade e segurança foram temas recorrentes ao longo de 2018. Em janeiro,  as vulnerabilidades Meltdown e Spectre exploraram falhas em processadores x86-64 fabricados pela Intel e a AMD nos últimos 10 anos, bem como alguns microprocessadores ARM, que permitiam expor informações críticas armazenadas em camadas profundas de diversos sistemas operacionais.

Janeiro foi também o mês do alerta de mísseis SNAFU no Havaí. Para aqueles que não se lembram, uma interface mal projetada, que misturava os botões de ‘teste’ e ‘enviar alerta de míssil real para toda a população’ causou pânico em massa por 38 minutos.

No Brasil, a Superintendência de Relações com Investidores Institucionais (SIN) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiu o Ofício Circular SIN nº 1/2018,  proibindo a possibilidade de investimento em criptomoedas pelos fundos regulados pela Instrução CVM 555. Segundo a instituição, as criptomoedas não podem ser qualificadas como ativos financeiros, para os efeitos do disposto no artigo 2º, V, da Instrução CVM 555. O documento alerta ainda sobre os riscos associados às transações cibernéticas, tais como segurança e particularidades de custódia. E relata que variáveis vêm sendo levadas em consideração na avaliação da possibilidade de constituição e estruturação do investimento indireto em criptomoedas, sem que se tenha chegado, ainda, a uma conclusão a respeito dessa possibilidade.

FEVEREIRO
O segundo mês de 2018 foi relativamente tranquilo.  Entre os fato mais relevantes, o vazamento de parte do código-fonte do iOS 9, que ficou disponível no GitHub por alguns dias em fevereiro. O código publicado era conhecido como iBoot, o bootloader da empresa para inicialização segura em iPhones, iPads e outros dispositivos iOS.

Também em fevereiro, Elon Musk  anunciou o lançamento de seu lança-chamas, o flamethrower. Musk conseguiu a façanha de vender o equivalente a 10 milhões de dólares do produto que leva a marca  The Boring Company.

MARÇO
Algumas notícias deste ano foram um lembrete de que a inovação tecnológica sempre vem com conseqüências muito reais e geralmente muito sérias. Poucos eventos provaram isso mais do que a morte de Elaine Herzberg, de 49 anos, atropelada por um veículo autônomo da Uber. A polícia de Tempe, no Arizona, disse que a colisão era “totalmente evitável” se o motorista estivesse prestando atenção no entorno.

Na mesma linha, março foi o mês em que o escândalo Cambridge Analytica foi revelado ao público.  Só para recordar, uma investigação dos jornais The New York Times, Guardian e Observer, revelou que uma consultoria baseada no Reino Unido e que trabalhou para a campanha presidenciável de Donald Trump, havia usado dados de dezenas de milhares de usuários do Facebook para fins de manipulação política.

O que se descobriu foi que um aplicativo chamado “This is your digital life” obteve acesso às informações de 270 mil contas do Facebook por meio do recurso de login, que permite aos usuários se cadastrarem em outros apps sem ter de criar uma conta e senhas separadas. Uma brecha, na época em que o app foi lançado, também dava acesso às informações dos amigos do usuário que optava por fazer o quiz.  Em outras palavras, mesmo as pessoas que não haviam concordado em compartilhar suas informações pessoais com o app acabaram tendo os seus dados comprometidos. Foi dessa forma que a Cambridge Analytica conseguiu traçar perfis de comportamento de 87 milhões de usuários.

O escândalo acendeu o botão de alerta de muitos usuários preocupados com sua privacidade. Muitos se questionaram se não seria a hora de abandonar a rede social. A campanha #DeleteFacebook assumiu, na época, o trending topic no Twitter e alguns executivos, empresários e pesquisadores chamaram atenção para o fato e colocaram mais pressão na ferida da rede social.

O ex-agente da CIA, Edward Snowden, teceu uma série de críticas. No Twitter, ele publicou na época: “O Facebook faz dinheiro explorando e vendendo os detalhes íntimos da vida privada de milhões de pessoas, muito além dos detalhes que voluntariamente partilhamos. Eles não são vítimas. Eles são cúmplices”. Elon Musk, da Tesla e SpaceX, também chegou a remover as páginas oficiais de suas companhias do serviço.

Também em março, um currículo cheio de erros, pertencente a um adolescente Steve Jobs, foi colocado em leilão. Originalmente, esperava-se que chegasse a cerca de US $ 50 mil, mas quando o martelo caiu, o valor foi de mais de US $ 174 mil; o custo de 174 iPhone Xs.

E Serra Leoa se tornou o primeiro país do mundo a utilizar o Blockchain para auditar os resultados de uma eleição.

ABRIL
Mais uma vez, a tragédia atingiu a indústria de tecnologia, quando, em 3 de abril , uma mulher entrou na sede do YouTube , em San Bruno, Califórnia e disparou contra três pessoas antes de virar a arma contra si mesma. Felizmente, todos os funcionários envolvidos no incidente sobreviveram.

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, passou por um exaustivo depoimento no Senado norte-americano. O executivo foi indagado sobre a forma como lidou com a brecha que deu vantagens à Cambridge Analytica e sobre o modelo de negócios da plataforma, que é gratuita para o usuário final.

No Brasil, o Banco Central regulamentou as startups financeiras, em especial a sfintechs de crédito, estabelecendo dois novos tipos de instituições financeiras: a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), correspondente ao modelo peer-to-peer (P2P), ou empréstimo coletivo, no qual sites conectam pessoas – ou empresas – que estão buscando empréstimos a investidores buscando retornos acima da média; e a Sociedade de Crédito Direto (SCD), onde empresas emprestam seu próprio capital para pessoas físicas.

Também em abril foi editada a Resolução de nº 4.658 do Banco Centralsobre a política de segurança cibernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços de processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem a serem observados pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pela entidade.

MAIO
O GDPR CHEGOU! Após dois anos de pânico e medo, o Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia entrou em vigor. A conformidade com as normas será uma jornada contínua e ainda restam dúvidas sobre como a regulamentação será aplicada.

Qualquer organização que processe e detenha os dados pessoais dos titulares de dados residentes na UE será obrigada a respeitar as leis estabelecidas pelo GDPR . Isso se aplica a todas as organizações, independentemente de elas residirem ou não em um dos 28 estados membros da UE.

Existem 8 direitos fundamentais dos indivíduos sob GDPR. São eles:

  • O direito de ser informado – As  organizações devem ser completamente transparentes em como estão usando dados pessoais.
  • O direito de acesso – Os  indivíduos terão o direito de saber exatamente quais informações são mantidas sobre eles e como são processados.
  •  O direito de retificação – Os  indivíduos terão o direito de ter os dados pessoais corrigidos se estiverem imprecisos ou incompletos.
  • O direito de apagar –  Também conhecido como “o direito de ser esquecido”, refere-se ao direito de um indivíduo de ter seus dados pessoais excluídos ou removidos sem a necessidade de um motivo específico pelo qual eles desejam descontinuar.
  • O direito de restringir o processamento –  Refere-se ao direito de um indivíduo bloquear ou suprimir o processamento de seus dados pessoais.
  • O direito à portabilidade de dados –  permite que os indivíduos retenham e reutilizem seus dados pessoais para sua própria finalidade.
  • O direito de se opor –  Em certas circunstâncias, os indivíduos têm o direito de se opor a que seus dados pessoais sejam usados. Isto inclui, se uma empresa usa dados pessoais para fins de marketing direto, pesquisa científica e histórica, ou para o desempenho de uma tarefa de interesse público.
  • Direitos de tomada de decisão automatizada e criação de perfil –  O GDPR estabeleceu salvaguardas para proteger os indivíduos contra o risco de que uma decisão potencialmente prejudicial seja tomada sem intervenção humana. Por exemplo, os indivíduos podem optar por não ser objeto de uma decisão em que a consequência tenha um impacto legal sobre eles ou seja baseada em processamento automatizado.

Também em maio, a unidade de saúde da Alphabet, anteriormente conhecida como Google Life Sciences, registrou a patente de uma fralda inteligente capaz de detectar  a presença de fezes e de urina. De acordo com a patente, os sensores determinam a fralda está suja e transmitem essa informação via Bluetooth, WiFi ou outro protocolo IoT.

JUNHO
A briga de Trump com a  ZTE e a Huawei teve um de seus momentos mais tensos,  quando o senador dos EUA, Marcus Rubio, twittou que a ZTE representava uma “ameaça significativa” à segurança nacional dos EUA e que se  fosse possível afastá-los era o que deveria ser feito. O tweet também incluiu #Huaweiisnext. O CEO da Huawei na ocasião, Eric Xu , reagiu , chamando o congressista Jim Banks e o senador Marco Rubio de “bastante fechados e mal informados”. Ele continuou “Seu comportamento mostra não apenas uma ignorância de como a ciência e a inovação funcionam hoje, mas também sua própria falta de confiança”.

JULHO
A Califórnia decidiu entrar no movimento iniciado pelo GDPR, aprovando uma lei de privacidade de dados que dá a seus 40 milhões de cidadãos o direito de ver os dados que as empresas têm sobre eles, solicitar sua exclusão e proibir sua venda para terceiros. Esta não é a única peça de legislação baseada na privacidade que a Califórnia irá aprovar este ano.

Uma gangue de criminosos cibernéticos roubou os registros médicos de 1,5 milhão de cidadãos de um dos maiores grupos de saúde de Cingapura, o SingHealth . Incluído nos dados roubados foram os registros médicos do primeiro-ministro, Lee Hsien Loong.

Más notícias para os fãs de proteção de dados: a Ticketmaster, a Whitbread –  proprietários do Premier Inn e Costa Coffee – e a Fortnum & Mason anunciaram violações de dados, com cada empresa sofrendo as perdas nas mãos de terceiros. A empresa de recrutamento australiana PageUp foi responsável pela exposição dos dados dos funcionários da Whitbread, enquanto a empresa de pesquisa Typeform foi responsabilizada por não proteger os dados de 23 mil clientes que votaram na pesquisa Personalidade do Ano da TV da F & M.

A Ticketmaster também foi atingida por um ataque cibernético em julho, que teria sido causado por um software malicioso que entrou em um produto de suporte ao cliente de terceiros, a Inbenta Technologies.

Este é também foi o mês em que a Boston Dynamics postou vídeos de seus robôs rodando e fazendo backflips.

AGOSTO
A Apple se torna a primeira companhia amaericana a valer trilhões de dólares.

Pela primeira vez no mundo, eleitores votaram em um pleitos federal usando seus celulares e a tecnologia Blockchain. Aconteceu no estado americano da Virgínia Ocidental, para facilitar o voto dos milhares de cidadãos de seu estado vivendo no exterior ou trabalhando fora do estado.

No Brasil, após 10 anos de debates, o Congresso aprova por unanimidade a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Inspirada no GDPR, a LGPD garante maior controle dos cidadãos sobre suas informações pessoais, exigindo consentimento explícito para coleta e uso dos dados e obriga a oferta de opções para o usuário visualizar, corrigir e excluir esses dados. Sancionada no mesmo mesmo mês, com vetos, a LGPD teve vetos importantes, como os dos capítulos que criavam a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), seu órgão normatizador, e do Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade, que auxiliaria a ANPD. Ambos por vício de iniciativa, já que a criação de autarquias é exclusividade de Poder Executivo.

Outro mecanismo vetado era o que obrigava a publicidade de dados pessoais compartilhados com entidades de direito público. O Presidente Temer alegou que a publicidade irrestrita da comunicação ou do uso compartilhado de dados pessoais entre órgãos e entidades de direito público, imposta pelo dispositivo, poderia tornar inviável o exercício regular de algumas ações públicas como as de fiscalização, controle e polícia administrativa.”

A LGPD entre em vigor em fevereiro de 2020. Portanto, 2019 será um ano de adaptações aos seus dispositivos.

SETEMBRO
Foi a vez de representante do Google comparecer diante do senado dos Estados Unidos para responder a perguntas sobre proteção de dados pertencentes a cidadãos dos EUA. Mas, em vez disso, viu-se sendo interrogado sobre o projeto de mecanismo de busca chinês do Google , apelidado de “Dragonfly”.

Detalhes vazados afirmavam que o aplicativo censuraria resultados de pesquisa considerados desfavoráveis ​​pelo governo chinês e rastrearia a localização de um usuário e compartilharia o histórico de pesquisa de seus usuários com um parceiro chinês.

Tudo isso saiu na mesma semana em que a agência estatal de notícias na China anunciou o fechamento de 4 mil sites que infringiram direitos autorais e continham material que divulgava “valores indevidos, vulgaridade ou obscenidade”.

Também em setembro a Amazon decidiu concorrer com o Google pelo “dispositivo conectado à Internet mais desnecessário”, lançando um micro-ondas conectado à internet.

E Elon Musk sofreu o segundo processo em poucas semanas depois que a Securities and Exchange Commission (SEC) anunciou que estava processando o CEO da Tesla por fraude de valores mobiliários. A Tesla começou a ser investigada pela SEC por conta dos tuítes publicados em agosto pelo seu CEO Elon Musk sobre uma possível saída da empresa da bolsa de valores. Em um deles, Musk dizia que “estava considerando fechar o capital da Tesla por 420 dólares (a ação)”. O caso acabou em um acordo no qual Musk concordava em deixar o cargo de diretor de presidente do conselho da empresa, e a pagar uma multa no valor de 20 milhões de dólares, valor que, segundo a SEC, será distribuído entre “investidores prejudicados” por meio de um processo aprovado na justiça.

O segundo processo?  É  relacionado à história dos 12 garotos presos em uma caverna na Tailândia, em julho, sensibilizou o mundo todo. Na época do resgate, Musk disse que preparava um submarino que conseguiria resgatar as crianças presas na caverna depois de uma chuva isolá-los. Mas um dos mergulhadores, o britânico Vern Unsworth que participou do resgate, alegou em uma entrevista que a proposta não passava de uma jogada de marketing e não tinha chance alguma de dar certo. Musk reagiu ofendendo o mergulhador no Twitter, entre os termos que o empresário direcionou ao britânico estavam “pedófilo”. Os tuítes foram apagados e Unsworth processou Musk. Em sua ação judicial, ele pediu por pagamentos de danos no valor de 75 mil dólares, além de uma ordem para que Musk não volte a fazer outras alegações do tipo.

E a Verizon, uma das duas maiores operadoras de celular e serviços fixos dos EUA, anunciou o lançamento de seu primeiro serviço comercial 5G. As cidades de Houston,  Indianópolis, Los Angeles e Sacramento passaram a ter acesso à tecnologia no dia 1 de outubro.

OUTUBRO
Em outubro, o Twitter finalmente tornou público um arquivo de 10 milhões de tweets que a empresa suspeita terem sido feitos por governos para promover campanhas de desinformação destinadas a influenciar o resultado do referendo do Reino Unido na UE e a eleição presidencial dos EUA em 2016.

São tuítes de 3.800 contas associadas à agência sediada em São Petersburgo, acusa de manipular a eleição americana, e de outras outras 700 contas que tinham ligações com uma campanha de desinformação relativamente menor apoiada pelo Irã.

O co-fundador da Microsoft Paul Allen faleceu em 15 de outubro, com 65 anos, por complicações de um linfoma não-Hodgkin.  Foi Allen que persuadiu Bill Gates a abandonar Harvard e fundar uma das maiores empresas de software de todos os tempos, a Microsoft.

Também em outubro, o CEO da Amazon e da empresa espacial Blue Origin, Jeff Bezos, desafiam Elon Musk e a SpaceX, ao afirmar que pretendem enviar turistas ao espaço em 2019. Meses antes, a Space X anunciou planos de enviar turistas para voar ao redor da Lua em 2023 – o primeiro passageiro confirmado na missão é o bilionário japonês Yusaku Maezawa.

E os Estados Unidos anunciaram a criação de uma Estratégia Nacional de Espectro voltada para o 5G.

Além disso, gigantes da Era Digital sofreram violações de dados bastante graves em outubro. O Google anunciou a existência de um bug da API para o Google+ que permitia que desenvolvedores de aplicativos de terceiros acessassem os dados de usuários que haviam concedido permissão e os amigos deles que não tinham. (Olá, Google. Facebook chamado, eles querem suas táticas de raspagem de dados de volta.)

Relatórios afirmam que até 500 mil contas poderiam ter sido afetadas, com até 438 diferentes aplicativos de terceiros tendo acesso a informações privadas graças ao bug. Como resultado, o Google anunciou que estaria encerrando o Google+ em agosto de 2019.  Depois, esse prazo passou a ser abril de 2019, por conta da descoberta de outra vulnerabilidade no Google+.

Outubro também viu o Facebook divulgar o comprometimento de 50 milhões de contas. Os hackers roubaram “tokens de acesso” dos usuários, o que significa que eles poderiam permanecer conectados em contas comprometidas sem a necessidade de digitar uma senha.

E a Califórnia aprovou uma lei que proíbe empresas de eletrônicos de usar senhas padrão fracas , como “admin” e “password”. A lei entrará em vigor em 2020.

No Brasil, as eleições Brasileiras foram marcadas pelo uso do WhatsApp como principal canal de comunicação do candidato vitorioso com seus eleitores. A campanha de Jair Bolsonaro usou o mensageiro e um aplicativo próprio para disseminar informações repletas de viés ideológico. A campanha eleitoral foi marcada pela luta contra as fake news e a desinformação, muitas delas tendo como alvo também o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), bem como o uso da urna eletrônica.

NOVEMBRO
Finalmente, algumas boas notícias! Nas eleições de meio de mandato dos EUA de novembro, San Francisco votou a imposição de um imposto sobre empresas de tecnologia para ajudar a crescente comunidade de moradores de rua da região. A proposição C terá um imposto sobre a folha de pagamento de 0,5% nas grandes empresas de tecnologia que geram receitas anuais de mais de US $ 50 milhões. Os defensores do projeto de lei estimam que aumentará uma receita adicional de US $ 250 milhões a US $ 300 milhões para ajudar as 7.500 pessoas que dormem nas ruas de San Francisco todas as noites.

O Facebook anunciou ter sido hackeado (novamente). Em novembro, os hackers puseram as mãos em mensagens privadas de 81 mil usuários da rede social e tentaram vender acesso a pessoas com a mesma mentalidade por um preço baixo e baixo de 8 centavos de dólar por conta.

Também em novembro o mundo recebeu a notícia de que o novo ministro da cibersegurança do Japão , Yoshitaka Sakurada, nunca havia usado um computador em sua vida.

E o Bitcoin atingiu sua menor cotação desde setembro de 2017: 3.500 dólares. Muitos investidores começam a ligar o sinal de alerta, com algumas fake news sendo disseminadas, como a de que mineradores chineses estariam se desfazendo de seu maquinário de mineração, jogando-os a rua.  A verdade é que o maquinário em questão era antigo, obsoleto, segundo especialistas. Será que veremos uma recuperação em 2019, ou a queda de 80% desde o valor máximo registrado no fim de 2017 é apenas uma correção natural, após o período de alta especulativa?

Além disso, o Google não passou indiferente ao movimento #MeToo neste ano. Em novembro, funcionários da gigante de tecnologia do mundo todo deixaram seus postos de trabalho e saíram em protesto às revelações de que a empresa abafou casos de assédio sexual de altos executivos, como Andy rubin, criador do Android. O protesto “Google Walkout for Real Change” teve a adesão de mais de 1.500 funcionários ao redor do mundo, a maioria mulheres.

No Brasil, as plataformas de e-commerce podem ganhar uma concorrência de peso. Isso porque a gigante chinesa Alibaba pode estar a caminho do país.  Conforme um post do CEO da Agência de Promoção de Internet China Brasil (CBIPA/Chinnovation), In Hsieh, em sua página no Facebook, essa possível chegada aconteceria “em breve”.

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que criminaliza a manipulação de imagens para incluir uma pessoa em uma cena de nudez ou ato sexual, como acontece nos chamados “deepfakes”, em que é usada Inteligência Artificial (AI) no processo de montagem. O texto prevê  pena de 6 meses a 1 ano de detenção e multa para quem praticar o crime em questão, além de prever a mesma pena para quem realiza o registro não autorizado de intimidade sexual. E essa punição pode aumentar caso o crime seja praticado por alguém que “mantenha ou tenha mantido relação íntima de fato com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação”.

Além disso, a Anatel começou a fiscalizar, junto à Receita Federal, remessas postais e expressas internacionais que chegam às unidades de recebimento e tratamento de encomendas dos Correios no Brasil. A medida busca garantir que os produtos para telecomunicações que entram no País atendam a padrões mínimos de segurança e qualidade, “além de evitar possíveis interferências em faixas de frequência dos serviços do setor”. Em comunicado publicado no seu site, a agência lembra que quem importa equipamentos legalmente tem que garantir o recolhimento dos impostos e cumprir outros requisitos. Um deles é sua homologação.

DEZEMBRO
A prisão do CFO da Huawei no início do mês aumentou as tensões entre os EUA, a China e o Canadá. Meng Wanzhou foi detida no Canadá sob a acusação apresentada pelos Estados Unidos de que ela enganou os bancos sobre a relação entre a Huawei e a Skycom – a última dos quais fez negócios com o Irã. Infelizmente, a história tomou um rumo um pouco mais preocupante , quando foi anunciado que um ex-diplomata canadense, Michael Kovrig, na China, também foi detido por motivos que ainda não são claros.

Na imprensa especializada, a prisão é relacionada à guerra em relação ao 5G. A Huawei é uma das três companhias no mundo produtoras de equipamentos de rede (antenas e roteadores) que serão usados para a construção da infraestrutura 5G.  As outras duas são a Nokia e a Ericsson. Por ser chinesa e ter cativo o mercado local, a Huawei sai de cara com um volume de produção muito maior do que as duas concorrentes escandinavas. Volume quer dizer a capacidade de oferecer preços mais baixos. E preços baixos são um atrativo e tanto para operadoras, que precisam investir em infraestrutura cara e trabalham com margens de lucro baixas.

Além da guerra comercial que põe China e Estados Unidos em lados opostos, o FBI e a agência de inteligência britânica MI6 acusam a Huawei de implantar chips espiões em seus equipamentos.

E o Facebook divulgou outra vulnerabilidade de segurança…  (virou rotina?) Dessa vez, um dia depois que a empresa realizou uma cabine de privacidade em Nova York para ajudar a resolver as preocupações dos usuários em relação aos problemas de segurança anteriores do Facebook.  O problemas? Um bug da API de fotografia. A estimativa é que fotos de até 6,8 milhões de usuários tenham sido expostas à 876 desenvolvedores através de até 1500 aplicativos, sendo os únicos impactados aqueles que o próprio Facebook aprovou para acessar a API de fotos. O Escritório do Comissionado de Proteção de Dados (IDPC) da União Europeia iniciou uma investigação estatuária sobre a violação.

Além disso, uma reportagem do New York Times revelou que o Facebook deu a vária empresas, incluindo empresas de tecnologia como Netflix e Spotify, a capacidade de ler, escrever e excluir mensagens privadas dos usuários. O relatório divulgado na terça-feira também afirmou que o mecanismo de busca Bing da Microsoft pode visualizar os nomes de quase todos os amigos de um usuário do Facebook sem consentimento. A reportagem do Times, citando centenas de documentos internos e entrevistas com mais de 50 ex-funcionários, também disse que o Facebook permitiu que a Amazon obtivesse nomes de usuários e informações de contato através de seus amigos, enquanto o Yahoo era capaz de ver fluxos de mensagens de amigos.

O relatório sugere que o compartilhamento de dados pessoais do Facebook se estende muito além do que a gigante das mídias sociais havia divulgado anteriormente. E que os acordos de compartilhamento de dados do Facebook beneficiaram mais de 150 empresas.

Em sua defesas, o Facebook emitiu um comunicado no qual afirma que nenhuma dessas parcerias ou recursos deu às empresas acesso a informações sem a permissão das pessoas, nem violaram o acordo de 2012 entre a rede social e o órgão regulador americano, a FTC.  Segundo o Facebook, meses atrás a rede social encerrou parcerias com empresas de dispositivos e plataformas, seguindo anúncio feito em abril.  “Ainda assim, reconhecemos que precisamos de um gerenciamento mais rigoroso sobre como parceiros e desenvolvedores podem acessar informações usando nossas interfaces de programação (APIs). Já estamos no processo de analisar todas nossas APIs e quais parceiros podem acessá-las”, diz a empresa de Mark Zuckerberg.

Ah… também no apagar das luzes do ano, a  batalha das gigantes Apple e Qualcomm ganhou um novo capítulo. Depois da Qualcomm alegar que a Apple se beneficiava de propriedade intelectual sua nos iPhones, a fabricante de chips de San Diego conseguiu banir a importação e venda de diferentes modelos de iPhones no maior mercado de celulares do mundo. Os aparelhos afetados incluíam modelos desde o iPhone 6S até o iPhone X.

O Tribunal Popular Intermediário de Fuzhou, na China, concedeu liminar contra a Apple após ter considerado que a gigante de Cupertino violou patentes de software relacionadas ao redimensionamento de fotografias e o gerenciamento de apps na tela touch screen. Tais patentes cobrem a versão do sistema operacional móvel da Apple até o iOS 11. Os iPhone XS, iPhone XS Max e o iPhone XR não estavam  na lista de produtos banidos, uma vez que não estavam disponíveis quando a Qualcomm entrou com a ação em 2017. Entretanto, depois de vencer, preliminarmente, o processo, a Qualcomm também foi atrás para banir os modelos mais novos.

Fonte: cio.com.br
Foto: Shutterstock

 

 

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